O workshop Criação Versus Negócio da Moda, promovido pela Casa de Criadores, levou um time de criadores, fashionistas e estudantes na última sexta-feira para dentro do Il Campanário, em Jurerê Internacional.
André Hidalgo abriu a palestra falando de como a Casa de Criadores, surgida há quase 20 anos, começou como um movimento para fomentar a moda autoral brasileira. Em seus primeiros desfiles, rostos (e corpos) mais do que conhecidos hoje como Gisele Bündchen, Mariana Weickert, Ana Claudia Michels, entre tantas outras. Projetou nomes de Marcelo Sommer, Ronaldo Fraga, Priscila Darolt, Carina Duek e assim por diante.

Os bate-papos foram marcados pela importância de saber o que empreendedorismo significa no plano de negócio , a busca pelo target e o DNA da marca e como gerenciar e dar visibilidade ao seu negócio. Assuntos bem comentados por Mario Viana, da M360 Brand Consulting.

Um dos pontos altos do dia foi o bate papo rapidíssimo de Daniela Falcão, diretor da revista Vogue e diretora editorial das Edições Globo Condé Nast, com a plateia. E a minha pergunta pra ela foi: “Como a Vogue faz para trazer uma edição diferente e aprofundada do que vimos incessantemente nas redes sociais depois dos desfiles ou lançamentos de coleções?”. Resposta: “O empacotamento e o timing são diferentes. Neste mês, a capa da Vogue é o estilo cangaceira para apresentar como os tecidos fluidos estão em alta. A revista não compete diretamente com as redes sociais, diferente dos jornais”.

As estilistas Juliana Jabour, Taiana Tambosetti (Lez a Lez) e Helô Rocha participaram de uma mesa redonda sobre o processo criativo da indústria. Fábia Bercsek, Karin Feller e Lui Iarocheski participaram do bate papo de criador a empreendedor. Rafael Varandas, o tímido e criativo fundador da Cotton Project, contou como a marca de beachwear que nasceu em São Paulo precisou se reinventar e focar no seu DNA para desfilar na Casa de Criadores e depois ser ovacionada em uma edição do São Paulo Fashion Week.
A empresária e storymaker Andréia Bisker foi muito aplaudida depois de sua fala de quase duas horas. Ela dividiu a apresentação em quatro revoluções: a do ter (preciso ter tudo isso para ser feliz?), a do ser (nunca se buscou tanto olhar para dentro quanto agora/o sentido das coisas não está nas coisas), a do pertencer (economia compartilhada e disruptiva) e a afetiva (mais amor, por favor).

O estilista e showman Dudu Bertholini encerrou o dia, ou melhor, à noite (o workshop encerrou por volta das 20h), mostrando o exemplo de grandes marcas mundiais que estão na moda há décadas, como é o caso da Chanel com seus clássicos tweed, suas listras, o P&B, as pérolas. A Gucci, agora dirigida por Alessandro Michele, é contraponto quase perfeito do que o ousado e sexy Tom Ford e a correta Frida Giannini fizeram na maison.
Texto Mel Hoffamnn (melissahoffmann19@gmail.com)
Fotos: Fernando Willadino
Adorei seu conteúdo Parabéns, bem completo e dinâmico. Era exatamente o que eu estava buscando na internet e todas as minhas dúvidas foram tiradas aqui. Muito sucesso e gratidão!